quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Anastasia: O paradoxo do paradoxo

Prof. Anastasia: No governo ele esqueceu tudo o que lecionava em sala de aula



Passada a eleição, o governador Anastasia (PSDB/MG), continuísta de Aécio Neves pede ao seu eleitor para esquecer tudo o que disse sobre “choque de gestão” na campanha eleitoral e, na calada da noite, cria mais 1.314 cargos comissionados no Estado.

Pra piorar, a criação dos cargos se deu por lei delegada (carta branca dada pela Assembléia Legislativa governista até 31 de janeiro, para ele arquitetar toda a administração estadual por decretos, sem a necessidade de aval do poder legislativo).

A Lei Delegada 182, que cria os cargos, foi estrategicamente publicada no Diário Oficial do último sábado, dia 19 - um dia não útil.

Os novos cargos representam:

– aumento de 28,85% no número de cargos comissionados de chefia já existentes;

– do total de cargos comissionados (17,5 mil), o percentual representa um acréscimo de 7,4% na folha de pagamento.

Enquanto isso, o governador diz não haver dinheiro para reajustes necessário aos funcionários públicos concursados, de carreira. Em 2003 esse mesmo governo prometeu, entre outras coisas, que se houvesse aumento da receita os servidores teriam reajustes salariais equiparados com o percentual do acréscimo da arrecadação. Outra promessa não cumprida.

Agora, descoberto o decreto, o governo tenta justificar dizendo que 700 cargos serão criados para expansão do sistema prisional, até 2014, e “a maioria” dos demais cargos serão destinados a area da saúde.

Pode ser até que muitos dos cargos sejam necessários, caso se tratasse de um governo sério comprometido em cumprir as funções de estado e que presta bons serviços públicos ao cidadão, mas rasga o discurso de choque de gestão feito na campanha eleitoral.

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