terça-feira, 26 de maio de 2009

Ministério das Comunicações divulga Portaria com nomes para Comissão Organizadora Nacional da 1ª Conferência Nacional de Comunicação no dia 01 de deze

Mariana Martins - Observatório do Direito à Comunicação 26.05.2009


O Ministério das Comunicações divulgou ontem/hoje (26) a Portaria nº 315 com os nomes indicados para compor a Comissão Organizadora Nacional (CON) da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O Congresso Nacional limitou-se a indicar três nomes para titulares da Comissão, dos quais dois são ligados a concessões de radiodifusão. Contudo, os representantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados terão a sua participação limitada a colaboração, sem direito a voto. A decisão de fixar uma função colaborativa aos representantes do Congresso Nacional se deu por questões legais. Em comissões criadas pelo Executivo, o Legislativo não pode participar em igual posição que os representantes daquele poder, nem dos representantes da sociedade. Sendo assim, foi concedido um tipo de participação especial para os representantes do Congresso Nacional.


A limitação que impõe a ausência de voto aos parlamentares diminui o desequilíbrio atenuado pelas indicações que favoreceram os radiodifusores, mas não deixou de representar negativamente para a imagem do poder público legislativo, que se mostrou mais uma vez atrelado aos interesses privados dos radiodifusores.Para Jonas Valente, indicado como representante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social na CON, “A publicação da portaria concretiza a composição da Comissão Organizadora Nacional em uma composição que, como já dissemos anteriormente [linkar para nota], é marcada pela sobre-representação do empresariado de comunicação. A indicação do parlamento confirmou e ampliou este quadro”.Valente diz ainda que o fato da Câmara ter indicado apenas um titular, quando teria direito a dois, causou estranhamento ao Coletivo. “Na prática, a decisão tirou a deputada Luiza Erundina, histórica apoiadora da Conferência de Comunicação, da condição de titular”, denuncia.


De acordo com a Portaria Nº 185, Senado Federal e Câmara dos Deputados poderiam indicar dois titulares cada casa, com direito a quatro suplentes para cada nome. Sendo que o Senado indicou dois nomes e a Câmara apenas um. Pelo Senado foram indicados: Wellington Salgado de Oliveira, que segundo dados do Laboratório de Políticas de Comunicação (Lapcom) da UNB, está entre os dez parlamentares com maior número de concessões; e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Para suplentes de Salgado de Oliveira foram indicados o senador Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o Consultor Legislativo Igor Vilas Boas de Freiras; e para suplentes de Flexa Ribeiro, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) e a Consultora Legislativa Ana Luiza Fleck Saibro. Tanto Antônio Carlos Magalhães Neto como Lobão Filho estão também entre os parlamentares ligados direta ou indiretamente a concessões de rádio e TV, segundo pesquisa do Lapcom. A Câmara indicou apenas o Deputado Federal Paulo Bornhausen (DEM-SC), cuja família, ainda segundo a pesquisa da UNB, é sócia da Cia Catarinense de Radiodifusão e da Rádio Difusora Itajaí. Os nomes indicados pelas Comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e pela Comissão de Direitos Humanos (CDH): Cida Diogo (PT-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP) mesmo com apelo das entidades que compõem a Comissão Nacional Pró-Conferência, ficaram na suplência. Além das duas também foram indicados para suplentes Milton Monti (PR-SP) e Eduardo Valverde (PT-RO). Monti é presidente da Frente Parlamentar de Comunicação Social, criada em 2008 para defender os interesses empresariais e do setor publicitário.

Poder Executivo


Dentre os nomes representantes do poder executivo nenhuma novidade. Como representante da Casa Civil da Presidência da República foi indicado André Barbosa Filho, pelo Mistério das Comunicações, o Consultor jurídico Marcelo Bechara, que já vinha acompanhando o processo da conferência junto à sociedade civil; pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto César Gadelha Vieira; pelo Ministério da Cultura, Octávio Penna Pieranti; pelo Ministério da Educação, José Guilherme Moreira Ribeiro; pelo Ministério da Justiça Romeu Tuma Jr.; pela Secretaria Geral da Presidência da República Gerson Luiz de Almeida Silva e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência Ottoni Guimarães Fernandes Junior.


Sociedade Civil


Nas indicações da sociedade civil tudo correu conforme havia sido previsto na Portaria Nº 185 que instituiu a composição. As organizações empresariais indicaram oito nomes que são: pela - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Daniel Pimentel Slavieiro; pela Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA), Frederico Nogueira; pela Associação Brasileira de Provedores Internet (ABRANET), Eduardo Fumes Parajo; pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg Neto; pela Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Brasil (ADJORI BRASIL), Miguel Ângelo Gobbi; pela Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), Sidnei Basile, pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), Paulo Tonet Camargo e pela Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL), Antônio Carlos Valente.As organizações da sociedade civil não empresarial, representadas pela Comissão Nacional Pró-Conferência (CNPC), entendem que foram contempladas com apenas sete entidades e não com oito como aparenta ser a indicação da Portaria Nº185. Segundo as organizações, a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC), representa o campo público e não a sociedade civil não empresarial. O representante da ABEPEC, por sua vez, foi Paulo Roberto Vieira Ribeiro, vice-presidente de programação da entidade. No campo indicado pelas organizações e movimentos que compõem a CNPC estão: a Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM) que indicou Edivaldo Farias; a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO), representada por José Luiz do Nascimento Sóter; a Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada por Rosane Bertott; a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) representada por Celso Schröder;a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (FITERT), representada por José Catarino do Nascimento, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, representado por Roseli Goffman e o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, representado por Jonas Lúcio Chagas Valente.


Quebra de Braço


Para Roseli Goffman, representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) na CON, está é a hora de identificar aliados e entrar de cabeça na disputa dentro da comissão. “A gente já conseguiu a convocação dessa Conferência, agora temos um campo de diálogo aberto, vamos para um campo de debate na Comissão Organizadora Nacional”. É importante ressaltar, lembra Goffman, que “a Comissão Organizadora não representa a correlação de forças da Conferência nem tampouco é nenhum indicador do percentual de delegados que deve ter a Confecom”, explica.

domingo, 24 de maio de 2009

SEMINÁRIO EM LAVRAS

Participantes do 2o. Seminário Mineiro Pró-Conancom em Lavras

O Cel. Márcio Martins Santana Comandante da 6a. Região PMMG também participou do seminário, e
foi muito elogiado pelos debatedores e presentes pela brilhante
intervenção na abertura do evento. Na foto com o diretor J.Paulo.

Rui Honorato (AJOSP), Arthur Lobato (diretor do SJPMG) e o
jornalista Passos de Carvalho do Jornal A GAZETA de Lavras
O mestre Herculano Pinto da rádio Cultura de Lavras, Cláudio Vilaça (AJOSP),
J.Paulo (AJOSP) e jornalista Daniel Augusto
Eugênio Carneiro, da rádio Transmineral FM (Lambrai/MG) representando a AMIRT (Assoc. Mineira de Rádios e TV´s),
Zuza Nacife, Sec. Mun. de Comunicação da Pref. de Lavras, Milton Bicalho psicologo e mebro do CRP/MG e Cláudio Vilaça da AJOSP.

Heitor Reis representou a entidade ABRAÇO (Assoc. Brasileira de Rádios Comunitárias)

A primeira mesa de debates contou com a participação atuante da deputada Federal Jô Moraes

Realizado no último sábado (23/05/2009), o Seminário de Lavras, cuja abertura e encerramento foram feitos pelo presidente da AJOSP – Associação dos Jornalistas do Serviço Público, Cláudio Vilaça, foi uma mais promoção da Comissão Mineira Pró- Conferência Nacional de Comunicação que é composta por 24 entidades dos movimentos sociais.


O evento aconteceu no Centro de Convenções da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e tratou que questões importantes dentro da temática da democratização dos meios de comunicação. A deputada Federal Jo Moraes (PC do B) , uma das convidadas, foi bastante positiva no sentido de garantir à Comissão Mineira que os temas discutidos no 2º. seminário seguramente estarão na agenda da 1ª. Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada no próximo mes de dezembro. “É preciso que a sociedade veja a Comunicação como um direito social/coletivo”, afirmou a parlamentar. O Secretário Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Lavras, Zuza Nacife, lembrou que democratização da comunicação só será real. e de fato, se houver uma sociedade mais consciente de seu papel social. Zuza fez criticas aos monopólios da comunicação no país e também ao conteúdo das rádios e TV´s comunitárias. “No Brasil há uma confusão generalizada na comunicação entre o público e o privado”, alertou.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MG (SJPMG), foi representado no evento pelo jornalista e diretor da entidade Arthur Lobato. O jornalista traçou um painel do atual cenário da comunicação no Brasil e falou sobre o monopólio da comunicação, principalmente no aspecto da centralização de recursos públicos em cotas de publicidade destinadas as grandes emissoras de TV´s e rádio, e apontou vicios no atual processo de concessões de rádios e TV´s no país. O mediador foi da mesa foi o diretor da AJOSP e assessor de comunicação da IOF/MG, José ênio Silva.

Na segunda mesa de debates, no período da tarde, a mediadora foi a jornalista Lidyane Ponciano (diretora do Sindicato dos Jornalistas). O primeiro a falar foi o jornalista Pedro Franco. que destacou a importância da valorização pelo poder públicos de meios de comunicação alternativos disponíveis para sociedade como os jornais comunitários. Sobre as TV´s e rádios comunitárias o jornalista disse que o modelo atual precisa ser revisto, pois muitas emissoras se transformaram, a exermplo dos grandes meios de comunicação, em “monopólios de família, grupos e partidos políticos”. Na mesma mesa de debates participou também o psicologo Milton Bicalho, que abordou a questão de conteúdo vinculado na mídia e sugeriu aprofundar o debate na 1ª. Conferência Nacional de Comunicação temas polêmicos relativos a publicidade direcionada ao público infantil e a exploração da imagem feminina na TV.

Fechando os debates, a sociologa Aline Guimarães falou sobre a gestão participativa da sociedade nas políticas públicas, e alertou aos presentes que não basta apenas lutar pela regionalziação da comunicação, mas também aperfeiçoar e qualificar os agentes de interlocução com o poder público local. O professor de direito Constitucional e assessor jurídico da AJOSP, Gustavo Melo, fez uma exposição sobre a atual legislação sobre a comunicação no país, e afirmou que na prática os principios constitucionais não são regras obedecidos. O mediador do último tema foi o diretor da rádio UFLA, jornalista Sandro Freire.


No final do seminário foram encaminhadas e aprovadas várias propostas que deverão ser tema de debates na CONFERÊNCIA ESTADUAL e NACIONAL.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Paralisação no IPSEMG



Paralisação dos servidores tem como objetivo exigir uma proposta oficial para as reivindicações feitas pela categoria

Os médicos do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) fazem, desde segunda-feira (18), uma paralisação de advertência durante 48 horas. Os profissionais vão se concentrar em frente à sede do Serviço Médico de Urgência (SMU), na Alameda Álvaro Celso, 333, no centro de Belo Horizonte, para entregar panfletos e explicar os motivos do protesto.

De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), a paralisação tem como objetivo exigir uma proposta oficial para as reivindicações feitas pela categoria, como reposicionamento na carreira e cronograma para concessão de reajuste salarial. Ainda segundo o sindicato, os pacientes que tinham consultas agendadas foram comunicados por meio de cartazes e panfletos distribuídos pelos médicos.

Serão mantidos apenas os atendimentos dos casos de urgência e emergência. Esta é a segunda paralisação feita pelos médicos do Ipsemg neste ano. No dia 15 de abril, os servidores interromperam os atendimentos durante 24 horas em manifesto à negativa do governo estadual em reajustar os salários da classe.



Fonte: novojornal.net

Sindicato dos Jornalistas debate a "1ª Conferência Nacional de Comunicação e seus impactos na sociedade"

O Fórum de Debates 1ª Terça promove na quinta-feira, dia 21 de maio, às 19h30, na sede do Sindicato dos Jornalistas (Av. Álvares Cabral, 400, Centro), um debate sobre a “1ª Conferência Nacional de Comunicação e seus Impactos na Sociedade.” A Conferência foi convocada para os dia os dias 1,2,3 dezembro de 2009 depois de realizadas as etapas regionais e estaduais.

Com o tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital” a Confecom oferecerá subsídios ao governo federal para a formulação de políticas públicas para o setor. Propriedade cruzada dos meios de comunicação, fortalecimento da imprensa regional e concentração de veículos nas mãos de um mesmo grupo devem ser temas debatidos durante o evento. Também devem ser exploradas questões como concessões de rádio e TV, convergência tecnológica e as chamadas novas mídias – como internet, TV a cabo e celular.

Debatedores

A mesa de debates terá a participação de Marcelo Bechara, consultor jurídico do Ministério das Comunicações, e do professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, Murilo César Ramos, pós-doutor pela Unicamp e doutor em Comunicação pela School os Journalism, da University of Missouri-Columbia (EUA).

Lançamento

A programação do evento inclui o lançamento do livro "Mídia e Psicologia: produção de subjetividade e coletividade", organizado pelo XIV Plenário do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.


Histórico – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto de convocação para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) no dia 16 de abril e o Ministério das Comunicações, coordenador do evento, publicou a Portaria nº 185/2009 que constitui a Comissão Organizadora no dia 20 de abril. O formato da Conferência corresponde, em parte, às reivindicações do movimento que constitui a Comissão Nacional Pró-Conferência, constituída por organizações como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Em Minas Gerais, o Sindicato dos Jornalistas compõe o Comitê Mineiro do FNDC e a Comissão Mineira Pró-Conferência.

Até o mês de junho, as comissões pró-conferência promovem atividades para sistematizar as propostas que serão discutidas nas etapas estaduais. De julho a setembro, ocorrem as etapas estaduais. Nessa fase, os comitês locais elegem delegados para a etapa nacional. Entre outubro e novembro, ocorrem debates nacionais para sensibilizar a sociedade para importância do evento.
A 1ª Conferência Nacional de Comunicação é uma luta que remonta à Constituição de 1988, quando foi criado o Conselho Nacional de Comunicação. Após duas décadas de mobilização, a realização do evento foi anunciada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o último Fórum Social Mundial, ocorrido em janeiro deste ano, em Belém.

Para acessar o decreto presidencial clique no link abaixo:

http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=367759

Entenda a Conferência acessando a cartilha “Por que precisamos da Conferência Nacional de Comunicação”

http://www.fndc.org.br/arquivos/cartilha_fndc_2_edicao.pdf

Links

Comissão Mineira Pró-Conferência Nacional de Comunicação

http://proconferenciamg.wordpress.com/

Comissão Nacional Pró-Conferência Nacional de Comunicação

http://www.proconferencia.com.br/

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

http://www.fndc.org.br



Informações
(31) 3224-5011 ramal 7
E-mail: eventos@sjpmg.org.br

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O BRASIL É PROTOGENES


Por Geraldo Elísio



A vinda do delegado Protógenes Queiroz a Belo Horizonte chamou a atenção. Não pela visita em si, mas por fatos que dela podem ser analisados. Nas ruas e locais visitados por ele, o policial foi alvo de admiração popular a traduzir um caráter relevante: neste Brasil de oito milhões de quilômetros quadrados, existe uma indignação latente com o nosso cotidiano, pronta a se consolidar em indignação. Daí pra frente não sei o rumo.Protógenes encarna – sem fazer força e sem querer – lembrando Glauber Rocha, a figura do “santo guerreiro” contra o “dragão da maldade”. Maldade encarnada na onda sem precedentes de corrupção; em “proteção” dada aos corruptos, desde que sejam polpudas as contas bancárias. Aos salários especialíssimos de poucos. Contra minguados cruzados de milhões. À inversão de valores. No imaginário popular, o Brasil é uma Nação onde, desde que disponha de dinheiro, o bandido pode prender o policial. O desrespeito. A falta de credibilidade das instituições.


As mentiras oficiais de hoje, desmentidas amanhã. A sensação de perda de um elo, a formação de uma consciência crítica, em função da omissão da grande imprensa subjugada aos caixas dos poderosos. E até mesmo a conclusão de que o vírus corrosivo da cidadania leva o próprio povo a imitar a quem condena tudo em nome de uma sobrevivência que não pode ser renunciada.Maldade dos falsos moralistas contrários aos corruptos, logo os absolvendo desde que a corrupção venha a beneficiá-los. Como se o crime praticado por alguns, em outros se transforme em virtude.“... Ai, são pais de santos, paus-de-arara são passistas / São flagelados, são pingentes, balconistas...” Que o grande compositor, instrumentista e cantor João Bosco, mineiro de Ponte Nova, e seu parceiro Aldir Blanc, em “Rancho da Goiabada”, imortalizada pelo João e Elis Regina, compreendam e absolvam a minha “parceria”.São operários que levantam de madrugada para voltar quase de madrugada para casa sem poder amar a mulher e ver os filhos, enfrentando salários ridículos. Sem poder contar com um sistema de saúde eficiente, segurança a todo tempo, educação de qualidade, lazer e cultura. São bancários a lidar diária e honestamente com muito dinheiro que eles sabem é roubado, vendo os bilhões e trilhões de lucros transformado em salários ameaçadores, fazendo com que “cada vez mais o final do mês é mais assustador que o fim do mundo”, frase vista pela colega jornalista Sandramara Damasceno, escrita em algum lugar. São professores com iguais problemas, eles, sem os quais “faraós embalsamados”, com as exceções de sempre, não assombrariam a Praça dos Três Poderes, valendo a figuração para assemelhados.São médicos e paramédicos que se matam para derrotar a doença. São doentes cuja dor maior é a da injustiça. São policiais que têm de arriscar a própria vida ao enfrentar bandidos por opção e outros que não tiveram opção. São jornalistas que não têm a liberdade de informar como nós temos aquilo que sabem e desejam informar. São bóias-frias que “...quando tomam uma birita / Espantando a tristeza / Sonham com bife-a-cavalo, batata-frita / E a sobremesa / É goiabada casão com muito queijo / Depois do café, o cigarro e um beijo / De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar”. São desempregados, subempregados, estudantes que “ralam” 1/4 de vida, têm diploma e raras perspectivas de vida. Somos nós os brasileiros comuns a desmentir a Constituição que afirma sermos todos iguais perante a ela. “Pero non mucho.”“... Amar / O rádio-de-pilha, o fogão-jacaré, a marmita, o domingo / no bar / Onde tantos iguais se reúnem contando mentiras / Pra poder suportar...” Ninguém suporta mais. Onde a goiabada e o queijo, o café e o beijo de Leonar ou Dagmar? Tudo virou um retrato na parede, como diz Carlos Drummond de Andrade. Se não roubaram o retrato também. Se ainda não o fizeram, estão prestes a fazê-lo.Bosco e Blanc, a música é de vocês, de seus talentos. Mas no filme “O Carteiro e o Poeta”, de Michael Radford, Philippe Noiret, fazendo Pablo Neruda, ouve do carteiro interpretado por Massimo Troisi, que depois de feita a poesia (a música também), não é do autor, sim de quem precisa. A situação social do Brasil precisa.


Para isto existem artistas como vocês.Nem a oposição abraça Protógenes.


Por quê?


Indagaram os jornalistas Márcio Fagundes, Walter “Pernambuco” e o empresário Edmar, dono da Cantina do Lucas, reduto de resistência, quando o delegado, cumprimentado por todos, esteve no bar.Talvez porque oposição e situação estejam entrelaçadas nesta mixórdia que virou o Brasil. Onde estão Rodrigo Maia, ACM Neto e outros? No Brasil pode-se pensar em tudo. Existe a possibilidade de em algum momento a dívida externa brasileira ter sido fraudada? Mensalões, sanguessugas, privatizações irregulares, sabemos? Fernando Henrique Cardoso, “Farol de Alexandria”, professor da Sorbonne, o que tudo sabe, isto é possível ocorrer? Se souber, por favor, meu e-mail é disponibilizado. Daniel Dantas, “banqueiro condenado”, com mais de mil e quatrocentas concessões de lavras do subsolo nacional, como disse Protógenes, “ele é quase dono do Estado de Minas Gerais”, venderá o Brasil?


No dia 14 de maio do mês corrente a justiça americana manteve o dinheiro dele bloqueado. Santo, Dantas não é.Talvez por isto Kerison Lopes, um dos que foram cumprimentar Protógenes, tinha afirmado que ele é “um fenômeno midiático nacional, provando que o povo não acredita mais na grande mídia, pois a Internet quebrou parâmetros. O povo acredita no Novojornal, em Paulo Henrique Amorim e seu Conversa Afiada, em Luiz Nassif. Falta o surgimento de um Protógenes em cada estado”.Conselho se fosse bom, diz o ditado popular, a gente não daria, venderia, mas vai uma sugestão. Suas excelências de todos os Poderes devem meditar sobre este quadro. Principalmente ouvindo “a voz rouca das ruas”.Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.



O BRASIL É PROTOGENES

MOMENTO DE REFLEXÃO


Por Geraldo Elísio


“Onde estão os políticos de todos os partidos que querem o novo Brasil que todos nós queremos?”. – Jornalista Márcio Fagundes.


A vinda do delegado Protógenes Queiroz a Belo Horizonte chamou a atenção. Não pela visita em si, mas por fatos que dela podem ser analisados. Nas ruas e locais visitados por ele, o policial foi alvo de admiração popular a traduzir um caráter relevante: neste Brasil de oito milhões de quilômetros quadrados, existe uma indignação latente com o nosso cotidiano, pronta a se consolidar em indignação. Daí pra frente não sei o rumo.Protógenes encarna – sem fazer força e sem querer – lembrando Glauber Rocha, a figura do “santo guerreiro” contra o “dragão da maldade”. Maldade encarnada na onda sem precedentes de corrupção; em “proteção” dada aos corruptos, desde que sejam polpudas as contas bancárias. Aos salários especialíssimos de poucos. Contra minguados cruzados de milhões. À inversão de valores.


No imaginário popular, o Brasil é uma Nação onde, desde que disponha de dinheiro, o bandido pode prender o policial. O desrespeito. A falta de credibilidade das instituições. As mentiras oficiais de hoje, desmentidas amanhã. A sensação de perda de um elo, a formação de uma consciência crítica, em função da omissão da grande imprensa subjugada aos caixas dos poderosos. E até mesmo a conclusão de que o vírus corrosivo da cidadania leva o próprio povo a imitar a quem condena tudo em nome de uma sobrevivência que não pode ser renunciada.Maldade dos falsos moralistas contrários aos corruptos, logo os absolvendo desde que a corrupção venha a beneficiá-los. Como se o crime praticado por alguns, em outros se transforme em virtude.“... Ai, são pais de santos, paus-de-arara são passistas / São flagelados, são pingentes, balconistas...” Que o grande compositor, instrumentista e cantor João Bosco, mineiro de Ponte Nova, e seu parceiro Aldir Blanc, em “Rancho da Goiabada”, imortalizada pelo João e Elis Regina, compreendam e absolvam a minha “parceria”.São operários que levantam de madrugada para voltar quase de madrugada para casa sem poder amar a mulher e ver os filhos, enfrentando salários ridículos. Sem poder contar com um sistema de saúde eficiente, segurança a todo tempo, educação de qualidade, lazer e cultura.

São bancários a lidar diária e honestamente com muito dinheiro que eles sabem é roubado, vendo os bilhões e trilhões de lucros transformado em salários ameaçadores, fazendo com que “cada vez mais o final do mês é mais assustador que o fim do mundo”, frase vista pela colega jornalista Sandramara Damasceno, escrita em algum lugar. São professores com iguais problemas, eles, sem os quais “faraós embalsamados”, com as exceções de sempre, não assombrariam a Praça dos Três Poderes, valendo a figuração para assemelhados.São médicos e paramédicos que se matam para derrotar a doença. São doentes cuja dor maior é a da injustiça. São policiais que têm de arriscar a própria vida ao enfrentar bandidos por opção e outros que não tiveram opção. São jornalistas que não têm a liberdade de informar como nós temos aquilo que sabem e desejam informar. São bóias-frias que “...quando tomam uma birita / Espantando a tristeza / Sonham com bife-a-cavalo, batata-frita / E a sobremesa / É goiabada casão com muito queijo / Depois do café, o cigarro e um beijo / De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar”. São desempregados, subempregados, estudantes que “ralam” 1/4 de vida, têm diploma e raras perspectivas de vida. Somos nós os brasileiros comuns a desmentir a Constituição que afirma sermos todos iguais perante a ela. “Pero non mucho.”“... Amar / O rádio-de-pilha, o fogão-jacaré, a marmita, o domingo / no bar / Onde tantos iguais se reúnem contando mentiras / Pra poder suportar...” Ninguém suporta mais. Onde a goiabada e o queijo, o café e o beijo de Leonar ou Dagmar? Tudo virou um retrato na parede, como diz Carlos Drummond de Andrade. Se não roubaram o retrato também. Se ainda não o fizeram, estão prestes a fazê-lo.Bosco e Blanc, a música é de vocês, de seus talentos. Mas no filme “O Carteiro e o Poeta”, de Michael Radford, Philippe Noiret, fazendo Pablo Neruda, ouve do carteiro interpretado por Massimo Troisi, que depois de feita a poesia (a música também), não é do autor, sim de quem precisa. A situação social do Brasil precisa. Para isto existem artistas como vocês.

Nem a oposição abraça Protógenes. Por quê?

Indagaram os jornalistas Márcio Fagundes, Walter “Pernambuco” e o empresário Edmar, dono da Cantina do Lucas, reduto de resistência, quando o delegado, cumprimentado por todos, esteve no bar.Talvez porque oposição e situação estejam entrelaçadas nesta mixórdia que virou o Brasil. Onde estão Rodrigo Maia, ACM Neto e outros? No Brasil pode-se pensar em tudo. Existe a possibilidade de em algum momento a dívida externa brasileira ter sido fraudada? Mensalões, sanguessugas, privatizações irregulares, sabemos? Fernando Henrique Cardoso, “Farol de Alexandria”, professor da Sorbonne, o que tudo sabe, isto é possível ocorrer? Se souber, por favor, meu e-mail é disponibilizado. Daniel Dantas, “banqueiro condenado”, com mais de mil e quatrocentas concessões de lavras do subsolo nacional, como disse Protógenes, “ele é quase dono do Estado de Minas Gerais”, venderá o Brasil?

No dia 14 de maio do mês corrente a justiça americana manteve o dinheiro dele bloqueado. Santo, Dantas não é.Talvez por isto Kerison Lopes, um dos que foram cumprimentar Protógenes, tinha afirmado que ele é “um fenômeno midiático nacional, provando que o povo não acredita mais na grande mídia, pois a Internet quebrou parâmetros. O povo acredita no Novojornal, em Paulo Henrique Amorim e seu Conversa Afiada, em Luiz Nassif. Falta o surgimento de um Protógenes em cada estado”.Conselho se fosse bom, diz o ditado popular, a gente não daria, venderia, mas vai uma sugestão. Suas excelências de todos os Poderes devem meditar sobre este quadro. Principalmente ouvindo “a voz rouca das ruas”.


Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

gelisio@novojornal.com