terça-feira, 22 de setembro de 2009

Banco Rural e BMG que abasteceram o mensalão têm 1ª condenação


A banqueira Katia Rabelo é presidente do Conselho
de Administração do Banco Rural



Os bancos Rural e BMG, instituições responsáveis pelo financiamento do esquema do mensalão, sofreram as primeiras condenações administrativas por conta do caso, informa reportagem de Felipe Seligman, publicada nesta terça-feira pela Folha de SP.
A reportagem teve acesso a um documento enviado no início do mês pelo Banco Central ao ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), informando que já foram proferidas decisões contra as instituições em dois de três processos administrativos punitivos relacionados ao esquema que tramitam no órgão.


Os processos no BC ainda estão na fase de recursos, pendentes de julgamento no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Se a decisão for confirmada, 13 dirigentes do Rural e quatro do BMG ficarão inabilitados, por períodos de um a oito anos, dependendo do caso, para o exercício de cargos de direção na administração ou gerência em instituições sob fiscalização do BC.



O banco BMG afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que os empréstimos concedidos ao PT e às empresas de Marcos Valério "observaram as regras quanto à avaliação da capacidade financeira dos respectivos tomadores e análise criteriosa do risco de crédito", e que as operações foram fiscalizadas pelo Banco Central na época e que não foram feitas ressalvas.



Procurado pela reportagem, o banco Rural afirmou que "não comenta sobre processos administrativos, especialmente processos em tramitação, sem decisão definitiva".
A Receita Federal já puniu partidos políticos e pessoas físicas (com multas e, no caso dos primeiros, com perda da imunidade tributária) por irregularidades fiscais relativas ao caso do mensalão, mas não se sabe até aqui que tenha feito o mesmo com os bancos envolvidos no esquema. Se condenada administrativamente pelo BC, Kátia Rabelo não poderá exercer por 08 (oito) anos qualquer função no mercado financeiro onde há fiscalização do BC.




Lavagem de dinheiro



O Banco Rural e seus diretores, entre eles, a presidente do Conselho de Administração, Kátia Rabelo foram denunciados pelo Ministério Público Federal e hoje são réus na ação que tramita no STF, por empréstimos da ordem de 29 milhões de Reais a duas empresas do lobbysta Marcos Valério no ano de 2003. A presidente é acusada por crime de gestão fraudulenta no sistema financeiro. Saques sem identificação precisa dos sacadores, justificaram a abertura de ação criminal por lavagem de dinheiro pelo MP Federal. Além do empréstimo a Marcos Valério o Banco Rural teve papel fundamental nas 27 remessas, para Bahamas, de recursos do caixa 02 que o PT destinou ao publicitário Duda Mendonça.




Empréstimos Consignados



Juntos, os Bancos BMG e Rural em Minas são responsáveis por mais da metade das operações de crédito consignado em folha de pagamento dos servidores públicos do Governo de Minas Gerais e de prefeituras, inclusive petistas, como no município de Contagem, que recentemente firmou convênio com a instituição para oferta de dinheiro aos servidores da Fundação Educacional de Contagem (FUNEC). As operações dos dois bancos chegam juntas a cifra de 20 milhões em repasses mensais pelos órgãos públicos.



Fontes: Cláudio Vilaça e FOLHA ON-LINE

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