terça-feira, 30 de junho de 2009

Manifesto de apoio ao Delegado Protógenes Queiroz


Dr. Rui Honorato e o delegado Protógenes Queiroz durante visita à BH

Cidadãos que militam contra a corrupção neste país explicitam sua indignação contra este “Quinto dos Infernos” em que foi transformado o Brasil, desde sua fundação. Manifestam publicamente seu apoio ao Delegado Protógenes Queiroz, em sua cruzada contra a podridão moral que impera nos Três Poderes da República, há mais de 500 anos. E, mais intensamente, nas últimas décadas. Pagamos de impostos, hoje, o dobro do quinto, pelo qual Tiradentes sacrificou sua vida, e recebemos apenas as migalhas que sobram da privatização da receita federal por uma elite miserável e corrupta.

Conforme o próprio Presidente Lula, temos uma caixa-preta no Poder Judiciário, 300 picaretas no Congresso e o crime organizado está em todos os setores do Estado e da Sociedade:

"Há 300 picaretas no Congresso Nacional" [ http://www.tj.rj.gov.br/infan_ju/1vara/boletim/artigos/acm.htm ]

"Há uma caixa-preta do Judiciário" [ http://www.oabms.org.br/noticias/lernoticia.php?noti_id=309 ]

"O crime organizado tem braços no Judiciário e na política."
[ www4.fgv.br/cps/simulador/impacto_2004/gc043a.pdf ]

“Você tem, de um lado, o chamado bandido comum. Você tem, do outro lado, o crime organizado, que já é muito mais sofisticado, que tem os seus braços ramificados em vários lugares, ou seja, o crime organizado está no empresariado, está na sociedade, está no poder político, está no judiciário, tem braço internacional. Você tem que montar uma Polícia inteligente para poder enfrentar isso de frente.”
[ http://www.radiobras.gov.br/integras/03/integra_021003_01.htm ]

Atuando dentro desta mesma perspectiva presidencial, o delegado ficou famoso, após ter sido o responsável pela operação policial que desmontou o esquema de corrupção no Banestado, que recuperou cerca de 10 bilhões ao cofres públicos, e também por prender o banqueiro Daniel Dantas em 08 de julho de 2008. Desde então, está afastado de suas funções e responde três processos disciplinares na Polícia Federal.

O bandido foi solto e o policial, perseguido! Gilmar Mendes, presidente do STF, concedeu dois Hábeas Corpus, em menos de 48 horas, ao meliante internacional. Coincidentemente, Protógenes foi retirado da operação, após telefonema do ex-Deputado Federal do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh, ao secretário do Presidente Lula, Gilberto Carvalho, informando que Protógenes estava “descontrolado”.

Protógenes tem realizando palestras em todo o país, atendendo ao convite de organizações de setores mais comprometidos com a reforma profunda que este país precisa em sua cultura e estrutura do Estado, considerada por Marilena Chauí, filósofa da USP e membro da Direção Nacional do PT, como sendo “oligárquica e autoritária, carecendo urgentemente de ser democratizada”.

Para surpresa de seus vilipendiadores, vem recebendo farto apoio espontâneo da população por onde passa, tornando-se um pregador itinerante do país pelo qual todos sonhamos, onde todos sejam iguais perante à lei, seja grande, médio ou pequeno capitalista, ou membro da classe trabalhadora, consumidora, eleitora ou contribuinte.


ABAIXO A DITADURA DO PODER ECONÔMICO!

VIVA PROTÓGENES, O BALUARTE DA LUTA DE NOSSO POVO
PELA CONSTRUÇÃO DE UMA DEMOCRACIA DE VERDADE!

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.



http://blogdoprotogenes.blogspot.com/

segunda-feira, 22 de junho de 2009

AJOSP E SINPRO/MG PROMOVEM PALESTRA COM O DELEGADO PROTÓGENES



O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz faz uma palestra com o tema Passando o país a limpo, no dia 25 de junho, às 19 horas, na Faculdade de Direito do Uni-BH (Av. Olegário Maciel,1627). Como debatedores participam o presidente do Sinpro Minas e da CTB Minas, Gilson Reis e o jornalista Luiz Carlos Bernardes.

A promoção do evento é da AJOSP e do SINPRO/MG.

A entrada é franca.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

III SEMINÁRIO PRÓ-CONFENCOM É NO PRÓXIMO SÁBADO!




A Comissão Mineira Pró-Conferência Nacional de Comunicação (Pró-Confecom MG) realiza o “III Seminário Pró-Confecom MG – Rumo à 1ª Conferência Nacional de Comunicação” no próximo sábado, 20/06, às 9 horas. O evento, aberto a toda a sociedade, será realizado no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, localizado à Avenida Álvares Cabral, 400. Centro. (Entre as ruas da Bahia e Espírito Santo).


O Seminário, que tem seu encerramento programado para as 17 horas, tem como objetivo esclarecer aos participantes sobre o perfil da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que ocorrerá nos dias 1, 2 e 3 em Brasília, antecedida por etapas regionais e estaduais.


Programação


Manhã – Os palestrantes Juliano Maurício de Carvalho e Luis Carlos Bernardes “Peninha” farão explanações sobre quais os principais temas a serem abordados na Conferência, seus eixos, atores e disputas envolvidas.


Tarde – Os membros da Pró-Confecom MG discutirão quais temas devem ser abordados pela Comissão em Minas. O objetivo é estruturar o debate para as conferências regionais e estadual.


Currículo dos convidados



Juliano Maurício de Carvalho – Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital: Informação e Conhecimento (mestrado profissional), docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática (mestrado acadêmico) e do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, líder do Lecotec (Laboratório de Estudos em Comunicação, Tecnologia e Educação Cidadã) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). É vice-presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, editor da Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo (Rebej) e conselheiro do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC). Doutor em Comunicação Social (Unesp), mestre em Ciência Política (Unicamp) e bacharel em Jornalismo (PUC-Campinas).


Luis Carlos Bernardes “Peninha” – Formado em Direito e Comunicação pela UFMG, membro das Comissões de Direitos Humanos (OAB e Igreja Católica), ex-presidente da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), ex-diretor da Federação Latino Americana e da Organização Mundial dos Jornalistas. Trabalhou na Istoé, Folha de São Paulo, Diário do Comércio e Estado de Minas. Coordenou a campanha do Presidente Lula em Minas (1989). Atualmente é diretor do SJPMG, trabalha na TV e Rádio Band, apresentador da TV Comunitária de BH e colaborador da Rádio Favela.

Outras informações: pro.confecom.mg@gmail.com ou (31) 9305-1743

quarta-feira, 17 de junho de 2009

SUPREMO DECIDE PELO FIM DO DIPLOMA


Por 08 votos a 01 foi julgado definitivamente na tarde desta quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal o Recurso Extraordinário RE 511961 interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e pelo Ministério Público Federal de SP que pedia o fim da exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão. A decisão que se arrasta desde 2001 na justiça discutia a constitucionalidade do Decreto-lei 972 de 1969 editado pela junta Militar que passou a exigir o diploma como forma de censura à atividade jornalística durante a ditadura militar (1964/1984). Segundo a decisão dos Ministros do Supremo, a Constituição de 1988, em seu artigo 5º. não recepcionou o Decreto Militar.

O presidente da AJOSP, Cláudio Vilaça, considerou a decisão como “o fim do sofrimento de uma família após um coma profundo de um pai, de uma mãe ou de um filho num Centro e Tratamento Intensivo", se referindo aos 08 anos de espera pela decisão final da ação. Vilaça acredita que a FENAJ e os Sindicatos devem agora direcionar todas as suas forças para a regulamentação da profissão com a criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). “É preciso integrar toda sociedade civil organizada em prol da criação do Conselho. Temos mudar as estratégias e passar a crer que essa regulamentação não vai ser apenas uma conquista da classe, mas de toda sociedade que almeja um jornalismo sério, coerente e principalmente independente dos poderes políticos e econômicos”.

O diretor da AJOSP, Rui Honorato acredita que a FENAJ e os Sindicatos tem também um outro grande desafio: Criar uma nova interlocução com os jornalistas em exercício da profissão, tipificados pelas entidades FENAJ e SJPMG como “precários” durante o período de 2001 a 2009.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

STF adia mais uma vez julgamento de diploma

Adiado para o próximo dia 17de junho o julgamento do Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Às 16h30 a sessão do Supremo Tribunal Federal decidiu adiar a apreciação da pauta, com isso, a votação da decisão foi definida para semana que vem.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

PAUTA DO SUPREMO DECIDE HOJE EXIGÊNCIA DE DIPLOMA

O STF julga hoje o Recurso Extraordinário (RE) numero 511961, cujo relator é o ministro Gilmar Mendes. A ação foi proposta pelo Sindicato das empresas de rádio e televisão no estado de São Paulo – Sertesp, e Ministério Público Federal (MPF) contra a União. O recurso extraordinário é contra a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercício da profissão.

A decisão hoje contesta um acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que afirmou a necessidade do diploma, contrariando uma decisão da primeira instância também da Justiça Federal de SP em 2001 numa ação civil pública proposta pelo Procurador do MPF André de Carvalho Ramos.

O Ministério Público Federal sustenta que o decreto-lei 972/69, que estabelece as regras para exercício da profissão – inclusive o diploma – não teria sido recepcionado pela Constituição de 1988.

Em novembro de 2006, o STF decidiu liminarmente pela garantia do exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

SENTENÇA JUDICIAL

Juíza confunde alhos com bugalhos em sentença de
jornalista aposentado da Imprensa Oficial


A juíza Áurea Maria Brasil Santos Perez da 1a. Vara da Fazenda Pública de Minas Gerais fez uma verdadeira confusão na sentença proferida no último dia 27 de maio no processo 0024.08.171075-8, em que o jornalista Antônio Castilho de Souza pedia seu enquadramento no nível e grau semelhante ao antigo cargo de jornalista da Imprensa Oficial. Castilho aposentou em 1992 no nível 3, grau J.

A confusão surgiu depois que o governo resolveu enquadrar, via Decreto, todos os servidores no novo plano de cargos e salários de 2005 e 2006. Além não julgar o mérito do pedido inicial do jornalista, a juíza equivocadamente assegurou que o Estado (poder Executivo) tem poder discricionário para alterar a forma de composição da remuneração dos servidores públicos, independente de autorização legal do poder legislativo, o que fere o artigo constitucional que trata das atribuições legais de cada Poder dos entes da Federação.
O presidente da Associação dos Jornalistas do Serviço Público (AJOSP), Cláudio Vilaça, acredita que a sentença proferida pela juíza Áurea foi feita por algum assessor ou estagiário por conter em seu conteúdo “erros jurídicos grosseiros”. “Os juízes não estão dando conta de atender a demanda das Varas e a redação das sentenças estão sendo confiadas aos assessores e estagiários. Esse é o fenômeno que suspeito que esteja acontecendo em Minas, e ele é fundamentado pela má qualidade das sentenças”.Para ele, o fato do Estado manter o salário do aposentado no cargo de Gestor Governamental é a prova que a magistrada não leu e nem entendeu o pedido na petição inicial. “Não há e nunca existiu o cargo de gestor governamental na Imprensa Oficial”, afirma Vilaça.
De acordo com o presidente da AJOSP, quando houve a transformação do cargo de ANALISTA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISTA PROFISSIONAL para o cargo de GESTOR GOVERNAMENTAL a Secretaria de Estado de Governo (SEGOV) ignorou a Lei 13.869/2001, que reconduziu todos os jornalistas aposentados, antes lotados na SEGOV, à autarquia Imprensa Oficial. Hoje todos os ocupantes de cargo de redatores e revisores da autarquia foram classificados pelo vice-governador, curiosamente, de ANALISTAS DE GESTÃO. “A sentença começa com uma boa sustentação, mas no final confunde o pedido do autor” , diz Vilaça.
Apesar da juíza ter determinado o aumento no salário do aposentado que passou dos atuais R$ 2.376,97 para R$ 2.817,97, o advogado Antônio Sant´Ana já prepara um recurso para até o início da semana no Tribunal de Justiça, esperando que haja mais critério dos desembargadores em relação ao pedido que consta nos autos do processo.Outros 47 jornalistas aguardam a mesma sentença.



quarta-feira, 3 de junho de 2009

Novo Centro Administrativo: A "Disneylândia" de Aécio

O governador de Minas faz uma obra faraônica no novo centro administrativo que tem o custo inicial de R$ 1,2 bilhão. E como passam ao largo do orçamento, os pagamentos da obra não são acompanhados pela Assembléia Legislativa. Para se ter uma idéia, só pelo tamanho, o palácio governamental construído poderia entrar no livro dos recordes. Veja a matéria na íntegra publicada pela Revista Época.

A "Disneylândia" de Aécio Revista Época, 1º de junho de 2009 - Páginas de 54 à 57Ricardo Mendonça, de Belo HorizonteChoque de gestão? Déficit zero? Esqueça. A nova marca do governador mineiro é um palácio flutuante de Niemeyer, num centro administrativo de R$ 1,2 bilhão.

Seis anos após o início de um rigoroso programa de ajuste fiscal que impôs " congelamento de salários, fechamento de secretarias, demissões e paralisação de investimentos, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), começa a moldar uma nova imagem para sua gestão. No lugar do administrador fiscalista, obcecado pela meta do déficit zero, entra em cena a imagem de um "novo" governador. Em dezembro, Aécio deverá inaugurar a maior, mais cara e mais ousada edificação da história de Minas: um majestoso palácio governamental suspenso, dentro de um complexo estatal que reunirá, em mais dois megaedifícios, as 18 secretarias de Estado e outros 33 órgãos do governo mineiro. Tudo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, de 101 anos.

" Isso aqui vai ficar fantástico", diz Otávio Neiva, subgerente de Controle de Obras da futura Cidade Administrativa de Minas Gerais. "Vai ter uma prefeitura interna só para cuidar do conjunto, 5 mil vagas de estacionamento, área de convivência com restaurantes, lanchonetes, bancos. E até ônibus para circulação interna, tipo a Disney."

Estimadas originalmente em R$ 500 milhões pelo governador, as obras desse condomínio de repartições acabaram licitadas no fim de 2007 por R$ 949 milhões. Hoje, após acréscimos e reajustes, atingiu R$ 1,2 bilhão. É um valor suficiente para construir e equipar quatro hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo, o antigo Instituto da Mulher, considerado o maior dessa especialidade na América Latina, com 474 leitos. E ainda sobrariam R$ 120 milhões, o suficiente para um hospital de médio porte, com 200 leitos. A Cidade Administrativa é o maior investimento do governo Aécio em quase sete anos. Dentro do governo, o R$ 1,2 bilhão reservado para sua construção só é comparável a um programa de obras rodoviárias chamado PróAcesso. O governo promete asfaltar as estradas dos 225 municípios mineiros que usam vias de terra para alcançar rodovias-tronco. Para atingir a meta de pavimentar 5.600 quilômetros em oito anos, o governo de Minas separou R$ 1 bilhão.

Divulgado com cautela pelo governo, o custo de R$ 1,2 bilhão da Cidade Administrativa diz respeito apenas à parte de construção civil. Depois disso, cerca de R$ 50 milhões serão necessários para instalar móveis e divisórias, montar a estrutura de informática e fazer a mudança efetiva das secretarias. O governo também quer fazer melhorias num parque ecológico com 1,4 milhão de metros quadrados atrás do complexo. E já fala em esticar o metrô até o local, o que não sairia por menos de R$ 1,5 bilhão.

Além do preço, a Cidade Administrativa impressiona pelo tamanho, pela arquitetura e pela velocidade com que está sendo erguida. A área total do complexo é de 804.000 metros quadrados, o que daria 97 campos de futebol como o do Maracanã. As edificações terão 297.000 metros quadrados de área construída, uma metragem 44% superior à do Morumbi Shopping de São Paulo, um dos maiores do país. O conjunto terá 71 elevadores, 13.000 toneladas de aço (peso equivalente a 1.900 elefantes) e 100.000 metros quadrados de vidro (o suficiente para cobrir 12 Maracanãs). Quando estiver em pleno funcionamento, deverá abrigar 20 mil servidores e receber cerca de 10 mil visitantes por dia - uma população flutuante maior qu e a de 82% dos municípios brasileiros.

Do ponto de vista arquitetônico, a obra pode ser considerada um marco. Assim que estiver pronto, os mineiros poderão pleitear uma citação no livro dos recordes para o palácio governamental. Com quatro pavimentes e 40.000 toneladas, o prédio terá o maior vão-livre de concreto suspenso da história da arquitetura, segundo o escritório de Niemeyer. Um bloco envidraçado de 147,5 metros de comprimento por 17,2 metros de largura (o dobro do Masp) "flutuará" a 5,7 metros do solo. "O palácio tem a estrutura mais arrojada possível", disse Niemeyer a ÉPOCA. "Estou muito contente (com o conjunto). Para abrigar todas as secretarias, teria de ter 40 prédios. Achamos a solução perfeita: colocar tudo em dois prédios só."?

BRASIL - MINAS GERAIS

A arquitetura da burocracia

As imagens por computador mostram como será a Cidade Administrativa de Minas Gerais
1) Palácio do governador
2) Gabinete do governador
3) Heliporto (detalhe na pág. ao lado)
4) Rampa do palácio
5) Parlatório
6) Vão-livre de 147,5 metros (detalhe na pág. ao lado)
7) Praça cívica
8) Torre de elevadores para acesso ao palácio
9) Túneis do estacionamento do palácio
10) Auditório para 490 pessoas
11) Edifício 1 das secretarias, com 15 andares
12) Edifício 2 das secretarias, com 15 andares
13) Centro de convivência(1)
14) Prédio para abastecer o ar-condicionado
15) Lago1
16) Lago 2
17) Prefeitura da Cidade Administrativa
18) Estacionamento para 5 mil carros
19) Parque ecológico, com 1,4 milhão de m2
20) Linha Verde (liga a capital a Confins)
21) Túnel que liga a Linha Verde ao complexo
22) Jardim central com palmeiras
(1) Prédio cilíndrico de 7500 metros quadrados, interligado aos Edifícios 1 e 2 por túneis, para abrigar restaurantes, lanchonetes, bancos etc.

O responsável pelos cálculos da construção é o engenheiro José Carlos Sussekind, que trabalha com Niemeyer há 40 anos. Para ele, a obra tem potencial para virar referência de uma era: "Daqui a 200 anos, quando olharem para a arquitetura do século XXI, vão lembrar desse palácio. Ele é grande, majestoso, suspenso, mas sereno. Uma obra muito corajosa. Em audácia, é o máximo que o concreto pode oferecer", afirma.

A construção do complexo está dividida entre nove das maiores empreiteiras do país. O palácio, um auditório para 490 pessoas e a infraestrutura interna do conjunto (vias, lagos, estacionamento) estão sendo feitos por um consórcio formado pelas empreiteiras Camargo Corrêa, Mendes Júnior e Santa Bárbara. O Edifício 1 das secretarias, com 15 andares, e o centro de convivência ficaram com Andrade Gutierrez, Barbosa Mello e Via Engenharia. O Edifício 2, com dimensões idênticas às do Edifício 1, está com OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Há ainda as obras de um túnel que ligará o complexo à Linha Verde, a recém-inaugura-da avenida que conecta Belo Horizonte com o aeroporto de Confins. O túnel será feito pela Mendes Júnior e pela Santa Bárbara.

Algumas das construtoras são tradicionais doadoras de recursos para campanhas eleitorais - de todos os grandes partidos políticos no Brasil, diga-se. Das nove contratadas para fazer o complexo mineiro, oito doaram dinheiro em pelo menos uma das duas campanhas de Aécio para governador. A única que não doou foi a Via Engenharia.

Apesar da crise, o cronograma da obra está sendo seguido com rigor exemplar. O canteiro está a pleno vapor, com 4.800 operários Segundo os engenheiros, é a maior edificação em andamento em toda a América Latina trabalhando simultaneamente. Em algumas atividades, o turno é de 24 horas. Os engenheiros envolvidos no projeto gostam de repetir que se trata da "maior edificação em andamento em toda a América Latina". Hoje, cerca de 60% do conjunto já está pronto.

Outro aspecto que chama a atenção é o modelo de remuneração das empreiteiras. Em vez de recorrer ao Tesouro, a opção foi usar a verba da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, a Codemig, uma estatal com receita anual de R$ 600 milhões, provenientes principalmente de royalties arrecadados junto a empresas que exploram recursos minerais no Estado, como ferro, fosfato e nióbio.

Segundo o presidente da Codemig, Oswaldo Borges, tudo está sendo pago à vista, o que é incomum em encomendas desse porte: "Além de não deixar dívidas, investir pela Codemig tem a vantagem de não usar dinheiro do orçamento do Estado. Ou seja, não tiramos dinheiro de outras áreas", diz. Essa "vantagem" é vista com desconfiança pela oposição, que reclama da falta de transparência. Como passam ao largo do orçament o, os pagamentos não podem ser acompanhados pela Assembléia Legislativa.

Faz sentido reunir toda a administração pública num mesmo local? Para o governo Aécio, sim. Por três motivos. O primeiro é econômico: hoje, segundo a Secretaria de Planejamento de Minas, o Estado aluga 59 imóveis na capital para suas repartições. Com instalações próprias, economizará R$ 30 milhões por ano em aluguéis. Além disso, a centralização trará economias ao facilitar a comunicação entre as secretarias, pois tudo será feito por meio de ramais telefônicos, e com serviços que podem ser unificados, como refeitórios, motoristas e seguranças. O segundo argumento do governo é a necessidade de melhoria das condições de trabalho e do atendimento à população. "Desde 2003, avaliamos que o Estado está muito mal aparelhado, tanto para o público quanto para os servidores", diz Marcelo Nassif, diretor de Operações da Codemig.

"Alguns prédios são do século XIX e, mesmo reformados, continuam pequenos."A terceira razão é usar o complexo para promover o desenvolvimento da região norte da cidade, a mais carente de Belo Horizonte. Localizada quase na divisa da capital com Vespesiano e Santa Luzia, o complexo tende a atrair mais investimentos, como condomínios residenciais, hotéis e restaurantes.( A valorização dos imóveis na região já é evidente, mas isso rende críticas ao governo. "A especulação imobiliária está correndo solta", diz Gilson Queiroz, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas. "O IPTU ficará proibitivo, e a população pobre acabará expulsa. Além disso, o governo não tem um plano para conter o esvaziamento do centro da cidade."

Mesmo reconhecendo que as atuais instalações do Estado são precárias, a oposição também não está convencida da conveniência da obra. "Essa construção uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira", diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. "O palácio é bom para o marketing, só que o governo ainda não resolveu muitos problemas. Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde."

Há pelo menos uma reclamação que a oposição não pode fazer: que Aécio estaria construindo a Cidade Administrativa para uso próprio. Como deverá ser candidato em 2010 (à Presidência ou a outro car go eletivo), Aécio, pela lei, terá de deixar o governo em abril, seis meses antes da eleição. Confirmada essa hipótese, usará o novo palácio por, no máximo, apenas quatro meses.